Quero que saibam que qualquer opinião minha acerca dos cachorros será sempre parcial e passional, pois eu adoro os cães. Eles, para mim, são seres superiores em sua simplicidade, singelos e de sorriso inocente. Sorriso o qual é muito mais intenso e fácil de obter em relação aos humanos. Chego a pensar, muitas vezes, que analiso o homem pelo olhar de um cachorro.
Eu não iria falar sobre eles hoje, mas ao fazer meu caminho de volta para casa, sempre passo por uma casa que tem um cachorrinho, meio que vira-latas, faço um cafuné no bicho e sigo o meu caminho; mas hoje, a casa e a rua estavam vazias, além do fato de eu estar de um modo diferente do que ando nos últimos dias. Mesmo assim, eu passei olhando e, quando estava quase passando, o cão (que eu ainda não sei o nome, nem nunca vi seus donos) pulou no muro, todo eufórico por ter me visto. Fiz o carinho na cabeça dele, como sempre, ele me retribuiu com algumas lambidas, patadas e afins e fui embora.
Agora pensem no seguinte:
Quantas vezes esperamos uma pessoa passar para sentir um carinho dela?
Quantas vezes fazemos festa pela simples presença dela?
Quantas vezes cobramos por mais tempo ao lado de quem se gosta, em vez de aproveitá-la?
O que fazemos quando estamos diante de quem amamos?
Como retribuímos os atos carinhosos dos outros?
Quantas vezes deixamos de ver as pessoas por elas estarem diferentes?
Quanto tempo perdemos moldando os outros em vez de aceitá-los?
Quanto tempo você separa para estar ao lado de quem gosta?
Qual o interesse em estar do lado de alguém?
Vejam que lindo é ver um rabinho abanado, com as orelhas caídas e a língua babona de lado e aquele ser peludo pulando de um lado para o outro, tentando chamar sua atenção, um toque seu. Nunca dei um biscoito sequer àquele cão, não sei como os donos o tratam: simplesmente passo lá, dou o meu afago (e tiro carrapato, se eu ver) e sigo o meu caminho.
As coisas da vida são simples, complicar é humano.
sexta-feira, 23 de março de 2007
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